domingo, 13 de setembro de 2015

Iron Maiden: Análise de Singles e Discos. Parte 2 (1981)

Killers Iron Maiden
Killers
02 de Fevereiro de 1981 - Killers

1 - The Ides of March
2 - Wrathchild
3 - Murders in the Rue Mourgue
4 - Another Life
5 - Genghis Khan
6 - Innocent Exile
7 - Killers
8 - Prodigal Son
9 - Purgatory
10 - Drifter

Depois do sucesso do primeiro disco o Iron Maiden em 2 de Fevereiro de 1981 resolve lançar seu segundo disco: Killers. A carta de apresentação, a capa, é excelente. Uma das melhores capas de discos de todos os tempos. O Eddie aparece aqui em seus traços definitivos.
Muitas coisas nesse disco marcam o desenvolvimento de elementos que acompanhariam a banda por muito tempo. O primeiro é a entrada do guitarrista Adrian Smith. Adrian se tornaria um guitarrista cultuado dentro do Heavy Metal e sua química perfeita com Dave Murray influenciara uma geração de instrumentistas no gênero.
O segundo elemento é a direção "mão de ferro" de Steve Harris que vai exigir dos músicos um comprometimento cada vez maior com a banda. Por conta disso esse é o último disco que Paul Di'anno participa. Ele será arrancado da banda (sim, essa é a palavra mesmo) por conta dos seus problemas com álcool e cocaina, que estavam afetando sua participação nas apresentações ao vivo.
Esse também é o primeiro disco em que o veterano produtor Martin Birch (que já trabalhou com Deep Purple, Wishbone Ash, Rainbow e Black Sabbath) participa. Um produtor que vai acompanhar a banda até o disco Fear of the Dark de 1992.
Bem o que temos?
O disco abre com The Ides of March, uma pequena faixa instrumental de 1:45. Existe uma certa polêmica em cima dessa faixa pois ela já apareceu com o nome Thunderburst em outro disco, não do Iron Maiden, mas do Samson (uma das primeiras bandas do Bruce Dickinson), em Head On, lançado em 27 de Junho de 1980.
No disco do Samson a música Thunderburst é creditada à Steve Harris e a Thunderstick, o baterista do Samson. No disco Killers ela aparece com outro nome e os créditos da música são apenas de Steve Harris, o que deixou os membros do Samson um pouco chateados.
De qualquer forma é uma ótima abertura instrumental, com bons solos de guitarra, boas linhas de baixo e uma levada de bateria excelente.
A segunda faixa, Wrathchild, começa com um dos melhores riffs de baixo de Steve Harris. Uma música pesadíssima, excelente e que marcaria presença em todos os shows ao vivo da banda ao longo de sua carreira.
A terceira faixa é Murders in the Rue Mourge, uma das melhores do disco e da carreira da banda. Temos uma abertura belíssima, suave, com linhas de baixo e guitarras excelentes, calmas, seguida de batidas repentinas e violentas de Clive na bateria e um andamento acelerado fenomenal.
A quarta faixa, Another Life, começa com uma excelente introdução de bateria seguida de um ótimo riff de guitarra, seguida de um ótimo solo de aberutra e uma condução de baixo fenomenal. Uma das melhores músicas esquecidas da banda, sem dúvida.
Outra faixa sensacional que a banda parece ter se esquecido é a quinta faixa, a instrumental Genghis Khan, uma das melhores cozinhas que o Iron Maiden já fez. O diálogo entre a bateria de Clive Burr e o baixo de Steve Harris nesse disco, como um todo, está simplesmente de outro mundo, mas nessa faixa eles se superaram.
Por falar em Steve Harris vemos ele fazendo uma das mais inventivas linhas de baixo do disco na próxima faixa, Innocent Exile. Uma faixa excelente como um todo, não apenas nas linhas de baixo. Uma faixa excelente que também ficou meio esquecida pela banda, mais uma para coleção.
A derradeira faixa, Killers, que dá nome ao disco, também é uma das melhores músicas do disco e da banda. A música tem uma das melhores introduções que a banda já fez. Começa com uma linha de baixo excelente, combinada com ótimas conduções de prato por Clive e uma guitarra que aos poucos vai tomando forma e pegando a condução da cozinha, juntamente com Paul Di'anno que vai soltando alguns gritos durante o processo. A música explode em um Heavy Metal pesadíssimo e expressivo. Um clássico que, infelizmente, é pouco executado ao vivo.
A próxima música, Prodigal Son, é a mais fraca do disco, mas ainda sim é uma boa música. É uma faixa mais leve, em que Paul Di'anno canta com suavidade de voz e calma, bem diferente do estilo da banda no geral.
O peso volta de vez na próxima faixa, Purgatory. Um Heavy-Metal-Punk direto no melhor estilo Sanctuary. Temos aqui outra excelente faixa que está entre as melhores do disco e da banda.
A última faixa, Drifter, está oficialmente num disco oficial da banda. Ela já tinha aparecido antes no single Sanctuary, lançado em 23 de Maio de 1980.
É uma música excelente, com ótima cozinha, bons solos de guitarra e variação rítimica interessante.
A importância desse disco é grande, temos a banda em pleno desenvolvimento. Certamente um dos melhores discos do Iron Maiden e do Heavy Metal em geral. Temos aqui a primeira participação de Adrian Smith, apesar de estar um pouco tímido, e a primeira saudável parceria entre a banda e o clássico produtor Martin Birtch, que faz um trabalho respeitável, deixando o disco bem mais polido, limpo e sem atrapalhar o peso das músicas. A qualidade da produção desse disco comparado ao primeiro é gritante.
Nota: 8,5.

Twilight Zone Iron Maiden
Twilight Zone
02 de Março de 1981 - Twlight Zone (Single)

1 - Twilight Zone
2 - Wrathchild

Twilight Zone é um single lançado pela banda em 2 de Março de 1981, um mês depois do lançamento do segundo disco da banda, o Killers.
A música Twilight Zone seria incluída no disco Killers oficialmente nas prensagens posteriores da versão norte-americana do disco. Trata-se de um Hard'n Heavy com excelentes riffs escrito por Dave Murray.
As versões japonesas do disco a música saiu com o título errado, "Details of Twilight Zone".
A capa do disco é excelente, pra variar. Derek Riggs nessa época estava extremamente inspirado para fazer as capas dos discos. Eddie aparece aqui em um quarto de uma mulher na forma de um expectro.
A outra música que aparece no disco é Wrathchild, a mesma do disco Killers.
A importância desse single é relativa, ele apresentou uma nova música que seria inserida no disco posteriormente. É completamente dispensável se você tiver a versão americana do Killers.
Nota 6,5.

Purgatory Iron Maiden
Purgatory
15 de Junho de 1981 - Purgatory (Single)

1 - Purgatory
2 - Genghis Khan

O single Purgatory foi lançado depois de quatro meses depois do lançamento do disco Killers com 2 músicas que já estavam presentes no disco: Purgatory e Genghis Khan. É, talvez, um dos lançamentos mais dispensáveis da história da banda.
A única coisa interessante aqui é a capa. Derek Riggs mais uma vez fantástico fazendo um desenho onde a face de um demônio se despedaça revelando a figura de Eddie.
Nota 5,5.

Maiden Japan Iron Maiden
Maiden Japan (Capa original)
14 de Setembro de 1981 - Maiden Japan (ao vivo)

1 - Wrathchild
2 - Purgatory
3 - Sanctuary
4 - Remember Tomorrow
5 - Another Life + Solo de Bateria
6 - Genghis Khan
7 - Killers
8 - Innocent Exile
9 - Twilight Zone
10 - Strange World
11 - Murders in the Rue Mourgue
12 - Phantom of the Opera
13 - Iron Maiden
14 - Running Free
15 - Transylvania + Solo de Guitarra
16 - Drifter
17 - I've Got the Fire (Montrose)

Maiden Japan, também conhecido como Heavy Metal Army, é o primeiro ao vivo oficial do Iron Maiden lançado em Setembro de 1981, sete meses depois do lançamento do segundo disco de estúdio, Killers.
A primeira versão do disco, japonesa, contém apenas quatro músicas. Running Free, Remember Tomorrow, Killers e Innocent Exile. A segunda versão do disco, comercializada nos Estados Unidos, no Canadá, na Argentina, na Australia, na Nova Zelândia e no Brasil tinha a música Wrathchild.
Mas se você quiser uma versão mais completa do disco recomendo a edição especial com 17 músicas: Wrathchild, Purgatory, Sanctuary, Remember Tomorrow, Another Life (com um solo de bateria), Genghis Khan, Killers, Innocent Exile, Twilight Zone, Strange World, Murders in the Rue Mourugue, Phantom of the Opera, Iron Maiden, Running Free, Transylvania (com um solo de guitarra), Drifter e I've Got the Fire (cover do Montrose).
O título do disco é uma brincadeira com outro disco famoso no Rock, o Made in Japan, do Deep Purple.
É também o último registro oficial da banda com Paul Di'anno, que deixou a banda para a entrada de Bruce Dickinson.

Maiden Japan (Venezuelana) Iron Maiden
Maiden Japan (versão venezuelana)
A capa do disco tem duas versões, a mais conhecida, com Eddie segurando uma espada e uma outra versão que rodou a Venezuela com Eddie decapitando Paul Di'anno; essa capa rapidamente substituída pela original a mando de Rod Smallwood pois temia que ela fosse interpretada de forma equivocada (como se o desenho tivesse a ver com a saída de Paul Di'anno, representando "sua morte" na banda).
O disco combina a selvagaria meio punk dos primeiros discos com performances individuais interessantes (de Clive Burr e Dave Murray) que apontariam a uma direção instrumental mais elaborada, muito mais explorada a partir do disco Piece of Mind de 1983. Esse disco não possui uma produção muito boa. A gravação apenas soa um pouco abafada. De qualquer maneira tem uma importância na carreira da banda e deve, certamente, compor sua coleção.
Versões ao vivo de músicas como Strange World, Innocent Exile e Twilight Zone você só vai encontrar nesse disco. Todas execuções memoráveis.
Nota 7,5.

domingo, 6 de setembro de 2015

Iron Maiden: Análise de Singles e Discos. Parte 1 (de 1979 a 1980)

The Soundhouse Tapes Iron Maiden
The Soundhouse Tapes
09 de Novembro de 1979 - The Soundhouse Tapes (Demo)

1 - Iron Maiden
2 - Invasion
3 - Prowler

The Soundhouse Tapes é a primeiríssima gravação da banda. Lançado em 9 de Novembro de 1979 este disco apresenta três músicas que foram gravadas na Spaceward Studios (em Cambridge, Inglaterra) no ano novo de 1978: Iron Maiden, Invasion e Prowler.
A música Strange World também tinha sido gravada nessa época mas, pela péssima qualidade da gravação, Steve Harris resolveu eliminá-la do disco.
Quando o The Soundhouse Tapes foi lançado a banda só tinha disponível 5.000 cópias, que eram mandadas por caixa-postal por encomenda. Devido ao grande sucesso do disco as quantidades se mostraram insuficientes para a demanda. Não menos que 3.000 cópias das 5.000 disponíveis foram vendidas na primeira semana, o que despertou o interesse de grandes gravadoras como a EMI, que lançaria o primeiro disco da banda posteriormente.
O disco abre com Iron Maiden, a música que dá nome a banda. Trata-se de uma música sangrenta e pesadíssima, talvez uma das mais pesadas da banda até hoje. Com um riff bem característico, um solo de baixo "matador" e uma letra gore, são poucas as músicas nessa época que podem ser comparadas em agressividade. Essa música é, sem dúvidas, a mais icônica do disco e é o grande primeiro clássico apresentado aqui. Uma música que acompanharia a banda em todos os shows ao vivo com execuções apoteóticas e destruidoras.
Boa parte do que conhecemos (e gostamos) da banda está contida nesse disco de forma bem rudimentar. Apesar de exalar "Punk Rock" e não ter nenhuma faixa, digamos, "Progressiva", o que seria marca registrada da banda posteriormente, temos desde aqui características típicas da banda como o gosto por temas históricos, representado na música Invasion, um Heavy-Metal Punk que conta sobre os Vikings e o senso melódico apurado contrabalanceando com o peso, como na excelente Prowler, a melhor música do disco, com sua belíssima guitarra melodiosa, usando e abusando do Wah-Wah.
A importância desse disco é impar. Foi esse disco que lançou esses jovens suburbanos do East End para o mundo. A gravação não é das melhores - mas não chega a incomodar tanto. As músicas são extremamente diretas e agressivas, puxadas para o Punk, mas contém elementos melodiosos que também caracterizam bem a banda. Para quem está querendo conhecer a banda talvez não seja interessante começar por este disco, ele empolgará mais aos fãs e colecionadores, quem já é interessado pelo Iron Maiden.
Nota 7,0.

Running Free Iron Maiden
Running Free
08 de Fevereiro de 1980 - Running Free (Single)

1 - Running Free
2 - Burning Ambition

Running Free foi um single lançado em 8 de Fevereiro de 1980 como uma prévia para o disco oficial que seria lançado 2 meses depois.
A música que encabeça o disco é um clássico da banda escrito por Steve Harris e Paul Di'anno.
Segundo Paul esta música assume tons autobiográficos, embora ele nunca tenha passado uma noite numa prisão em Los Angeles como conta a letra.
É, na verdade, sobre ter 16 anos e estar em fase de descobrir a vida, com essa ânsida de liberdade. Uma homenagem a juventude, tal como Eighteen de Alice Cooper.
Mick Wall descreve a música como uma "apoteose Punk-Metal".
A segunda música que acompanha o disco original é Burning Ambition, uma das primeiras composições de Steve Harris que, sabe-se se lá por que, apenas aparece em singles e compilados da banda. Trata-se de uma música muito boa, com uma pegada Hard Rock Setentista excelente. Talvez por ser uma das composições de sua primeiríssima banda, o Gypsy's Kiss, ele resolveu preservá-la de um lançamento formatado num disco exclusivo do Iron Maiden que, para quem não sabe, é a sua segunda banda.
A versão japonesa deste single não contém Burning Ambition e sim Prowler.
A capa da versão original é uma das mais icônicas da banda. O Eddie aparece na penumbra perseguindo um jovem enquanto uma mão zumbi aparece na frente (um outro Eddie?). Nas paredes dá para ver pixações com nome de bandas que influenciaram o Iron Maiden:  Scorpions, Judas Priest, AC/DC, Sex Pistols e Led Zeppelin.
A capa da versão japonesa do disco é a mesma que, posteriormente, seria utilizada no single de Sanctuary. Aquela mesma em que Eddie mata Margareth Tatcher.
A importância do disco é relativamente alta. Apeser de ser apenas uma prévia do álbum o conjunto se transforma em material icônico analisando certos aspectos. A começar pela capa (que inaugura oficialmente o Eddie) e por tudo que envolve esse single (a primeira experiência da banda fora do circuito de pubs e barzinhos, o primeiro passo oficial do estrelato). As músicas são muito boas. A gravação, apesar de não ser um material demo, deixa muito a desejar. Não é um material totalmente indispensável, mas um daqueles caprichos gostosos de se ter.
A versão japonesa é definitivamente dispensável até como capricho. Além de não ter Burning Ambition perde com o elemento da capa.
Nota 7,0.

Iron Maiden Iron Maiden
Iron Maiden
14 de Abril de 1980 - Iron Maiden

1 - Prowler
2 - Remember Tomorrow
3 - Running Free
4 - Phantom of the Opera
5 - Transylvania
6 - Strange World
7 - Charlotte the Harlot
8 - Iron Maiden

Finalmente o primeiro disco oficial do Iron Maiden. Lançado em 1980 este disco certamente é um dos maiores clássicos do Heavy Metal de todos os tempos.
Foi lançado pela EMI no Reino Unido e pela Harvest/Capitol Records nos Estados Unidos anos depois, com a canção Sanctuary, previamente lançada como single no Reino Unido. Em 1998, quando a banda resolveu relançar todos os seus discos pré-1995, este disco foi remasterizado e a faixa Sanctuary foi oficializada no disco no mundo inteiro. Apenas para manter a fidelidade da linha do tempo vou comentar apenas da primeira versão do disco, a britânica, sem a faixa Sanctuary.
O disco foi bem recebido tanto pelo público quanto pela crítica. Colocou o Iron Maiden entre os grandes em pouco tempo. Em questão de semanas a banda já estava fazendo turnês com o Judas Priest (na British Steel Tour) e Kiss (na Unmasked Tour). Poucos imaginariam que aqueles garotos suburbanos do East End se tornariam responsáveis pelo maior nome do Heavy Metal de todos os tempos (sim, maior que Black Sabbath).
O disco já começa com a enérgica Prowler. Uma versão um pouco mais acelerada do que aquela mostrada no The Soundhouse Tapes.
A segunda faixa é Remember Tomorrow, escrita por Paul Di'anno, uma das melhores músicas do disco. Começa lenta e atmosférica e depois explode em peso.
Running Free segue como terceira faixa do disco, uma música que já tinha aparecido no single que precedeu o disco.
A quarta faixa do disco é uma das melhores canções da banda de todos os tempos e uma das preferidas de Steve Harris: de Phantom of the Opera. Uma música relativamente extensa, instrumentalmente muito bem executada, cheia de variações de tempo e mudanças rítimicas interessantes. Essa música mostra o bom entrosamento e perfeita química entre os integrantes da banda.
A quinta faixa do disco, Transylvania, é a segunda melhor música desse disco e também uma das melhores músicas da banda. Trata-se de uma música instrumental pesadíssima de quatro minutos.
A sexta faixa, Strange World (aquela que estaria no The Soundhouse Tapes) é uma balada lindíssima e pesada, com uma excelente linha de guitarra e uma atmosfera meio psicodélica. É uma das faixas mais distoantes do estilo da banda, mas ainda sim uma ótima música.
A próxima faixa, Charlotte the Harlot, é uma música de Dave Murray. Conta a história de uma prostituta fictícia chamada Charlotte. Assim como Nurse Rosetta e Steven de Alice Cooper essa personagem ficaria conhecida também em outras músicas soltas da banda como 22 Acacia Avenue do disco The Number of the Beast de 1982, Hooks in You do disco No Prayer for the Dying de 1990 e From Here to Eternity do disco Fear of the Dark de 1993. É uma música selvagem e sexual como poucas que a banda compôs em sua carreira.
A última música é Iron Maiden, um dos maiores clássicos da banda de todos os tempos e, como foi dito (e que está evidente), a música que batiza a banda.
Ela já foi apresentada antes no The Soundhouse of Tapes e também está mais acelerada aqui.
A importância desse disco não apenas na carreira do Iron Maiden mas como na história do Heavy Metal é inegável. As músicas são sublimes e variadas, caminham entre uma pegada Punk e um Heavy Metal com certa sofisticação técnica e genialidade criativa. É um material indispensável. O único defeito é a produção porca de Will Malone, um cara que a banda acertadamente não trabalharia nunca mais.
Nota 8,5.

Sanctuary Iron Maiden
Sanctuary
23 de Maio de 1980 - Sanctuary (Single)

1 - Sanctuary
2 - Drifter (Ao vivo no Marquee Club, 1980)
3 - I've Got the Fire (Ao vivo no Marquee Club, 1980) *Música do Montrose

Lançado em Maio de 1980, um mês depois do lançamento oficial do primeiro disco, Sanctuary foi um single lançado em um LP de 7 e 12 rotações.
A primeira coisa que chama atenção é a capa. Clássica. Imerso no universo Punk Derek Riggs, o desenhista das capas do Iron Maiden, faz um Eddie assassinando a primeira-ministra britânica Margareth Tatcher do partido conservador. A imagem acabou causando uma pequena agitação na mídia local e uma tarja preta foi colocada nos olhos da vítima para não ficar muito explícito e ofensivo.
A motivação da capa não foi nem política. Derek Riggs se inspirou no trecho da música Sanctuary que fala "I've never killed a woman before but I know how it feels" (Eu nunca matei uma mulher antes, mas eu sei como é).
A música Sanctuary é uma das mais rápidas, enérgicas e diretas da banda. Uma das poucas na banda que você conseguira ouvir um solo de guitarra de Dennis Straton. Uma ótima música, com uma linha de baixo excelente. Essa música vai marcar muita presença ao vivo, sempre com uma variação rítimica no final.
No lado B temos Drifter, uma música excepcional composta por Steve Harris e Paul Di'anno, que estaria no disco Killers de 1981. Temos aqui uma versão ao vivo da música, tocada no Marquee Club.
Para terminar temos uma versão ultra-agressiva de uma música ultra-agressiva. I've Got the Fire, uma música do Montrose do disco Paper Money de 1974. Com solos furiosos de Dave Murray e Dennis Straton, um vocal rasgado de Paul Di'anno, essa música é um dos melhores covers que a banda já fez.
Nota 7,5.

Women in Uniform Iron Maiden
Women in Uniform
27 de Outubro de 1980 - Women in Uniform (Single)

1 - Women in Uniform *Música do Skyhooks
2 - Invasion
3 - Phantom of the Opera (Ao vivo no Marquee Club, 1980)

Women in Uniform é uma canção de uma banda australiana chamada Skyhooks. Considerada por alguns "Guerreiros da Justiça Social" como uma música machista e misógina, a música fala de um fetiche por mulheres em uniformes.
Antes dessa onda politicamente correta músicas fetichistas como essa eram extremamente normais. Dez em cada onze músicas do AC/DC tem uma forte conotação erótica para o público masculino.
Essa é a música escolhida pelo Iron Maiden para fazer seu primeiro vídeo-clipe e até hoje é a versão mais conhecida, chegando ao top 10 na Austrália, de onde a música saiu originalmente, ganhando projeção mundial.
Muitos ainda acham que essa música é da banda e não um cover.
Lançada como single em 27 de Outubro de 1980 o disco ainda trazia a música Invasion, a mesma versão do The Soundhouse Tapes, e uma versão ao vivo de Phantom of the Opera no Marquee Club em 1980 no Marquee Club.
Uma das coisas mais interessantes desse single é a capa. Nela Margaret Thatcher, a mesma que morre na capa de Sanctuary, segura uma submetralhadora Sterling, de tocaia, se preparando para atacar Eddie, que caminha tranquilamente abraçado de duas garotas.
Não chega ser um single importante para a carreira da banda e vale apenas se você for fã ou colecionador de discos da banda.
Nota 6,5.